Aqui está um herói anônimo. Estes animais é que formam a grande totalidade dos cães nos países latino-americanos e muito provavelmente nas demais nações. Recebem esta alcunha todos os elementos surgidos de uma ninhada onde os progenitores não são reconhecidamente portadores de estirpe . No Brasil, por exemplo, esta espécie de animal abunda em todos os estados. Embora a expressão vira-lata se refira mais precisamente a animais sem donos e completamente desamparados, muitos são os indivíduos sob esta alcunha que compensa toda a atenção e carinho dos seus donos. Consta que o apelido veio em virtude dos animais que não possuem donos passarem a maior parte do tempo à procura de alimentos dentro das latas de lixo, perambulando pelas ruas. Estes elementos, na sua grande maioria, possuem uma casa para morar, porém estão bastante habituados a saírem para passear pelos arredores. No Brasil, este fato se dá com maior freqüência nas cidades do interior, onde o serviço de repressão aos cães vadios e cães soltos não se faz sentir tão intensamente como nos centros metropolitanos. Nas grandes capitais também existem os indivíduos que saem para os seus passeios, porém não com tanta freqüência, posto que os seus proprietários já sabem que qualquer destes passeios pode ser o último. Sendo que as prefeituras costumam eliminar os animais não reclamados dentro de um prazo que geralmente não é muito elástico, Os vira-latas são sempre mais vistos, uma vez que é muito raro ver-se um cão de raça perambulando sozinho pelas ruas. Somente nas ocasiões de exposições ou quando o seu proprietário resolve dar um passeio é que os curiosos podem se deliciar observando estes exemplares. Em muitos lugares, eles não deixam de constituir-se na alegria e no tesouro de milhares de famílias, principalmente as mais pobres. Por outro lado, estes pequenos senhores São os verdadeiros donos das ruas. Remexem em todos os cantos, promovem passeatas, deixam os donos dos estabelecimentos com dores de cabeça, aumentam o trabalho dos lixeiros e constituem uma forte fonte de matéria-prima para muitas fábricas de sabão. Basicamente, podemos dizer que os vira-latas são a resultante do cão que não teria sido lapidado. Por exemplo, se remontar aos primeiros estágios da vida do cão ou dos animais que foram os seus ancestrais, podemos notar que eles eram até certo ponto semelhantes em constituição, obedecendo mais ou menos a um mesmo padrão dos tipos, ocorrendo o mesmo com as suas atividades e características. Com o passar dos tempos, as pessoas começaram a se preocupar com as formas e passaram a classificá-los em grupos específicos. Veio também o emprego dos cruzamentos, visando a obtenção de tipos mais apurados e mais eficazes. Melhores espécimes foram conseguidos, através da união entre elementos selecionados dentro de determinados grupos. E o que aconteceu com o resto que não foi aproveitado para os cruzamentos? A resposta é que, a partir do momento em que começaram a apurar as raças caninas, o que ficava de fora já era então bastardo, ou vira-lata, utilizando a nossa denominação. Mesmo em nossos dias, observamos que determinados representantes desta classe assemelham relevante com este ou aquele tipo de cão de raça, Isto é porque muito possivelmente algum elemento de pedigree tenha tido contato com alguma cadela que viva na rua, embora isto não seja muito fácil, considerando-se que em geral todos os proprietários de cães de raça não os deixam soltos pela rua, Também é possível que aquele cão que tenha alguma semelhança com o animal de raça lá seja o produto da quarta ou quinta geração. Consta que o Terrier Brasileiro teria surgido desta forma. Não é difícil notar um encontro de traços de Terrier e ao mesmo tempo de um pouco de vira-lata em certos representantes daquela raça. Os componentes desta classe de animais são encontrados em todos os paises. No Brasil eles constituem realmente a grande totalidade dos elementos caninos. São cães de todos os tamanho e cores, todos eles apresentando formas que se aproximam das encontradas nos animais de raça. Alguns são inteiramente lisos enquanto que outros chegam a apresentar uma roupagem bastante densa. Os tamanhos são dos mais variados.Em geral podemos considerá-los de tamanho médio. Não bastasse a sua má reputação, estes animais, se devidamente treinados, podem se apresentar como excelentes cães de guarda, de companhia. Dependendo do animal, ele pode também ser utilizado como cão pastor. Existem vários casos em que vira-latas fazem às vezes dos cães pastores nas fazendas, revelando-se altamente eficientes, E certo que, num confronto direto em um animal de raça pura e um vira-lata, o primeiro a vence. Por outro lado, podemos afiançar que muitos são os exercícios e práticas que estes animais podem vir a desenvolver. Respeitando as suas limitações, tais como faro, ou às vezes resistência. Se trabalhado como simples guardiões, os vira-latas podem tornar sua casa respeitada. defendendo-a com verdadeira garra e disposição, de acordo com os treinamentos que lhe forem administrados, você poderá mantê-lo em coleira. Quanto ao treinamento propriamente dito, e,em geral todos os vira-latas têm bagagem e raciocínio suficiente para assimilar os seus ensinamentos com a mesma rapidez que os animais de raça. Somente no que concerne à disciplina é o que o treinador poderá encontrar alguma dificuldade, posto que não são todos os elementos que aceitarão incontinenti as suas delimitações no sentido de orientar todos os seus passos. Via de regra os vira-latas têm um espírito de independência muito desenvolvido, em virtude do tipo de vida a que estão acostumados a levar. Neste particular. você ainda pode domina-lo. Como membro integrante da família, ele se mostra gentil a todas as pessoas da casa, porém sempre respeitará ou se apegará mais ao dono. Neste caso o dono está representado na pessoa que tem mais contato com animal, dando-lhe mais carinho, assistência; enfim, e aquele que o comanda. De maneira geral estes simpáticos elementos são acentuadamente irrequietos e curiosos. Embora alguns deles se adaptem a morar até mesmo em apartamentos onde isto seja possível. a grande maioria, quanto mais espaço, melhor.
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